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Oxigenoterapia

A Oxigenoterapia é uma intervenção essencial na prática de enfermagem, utilizada para corrigir a hipoxemia e melhorar a oxigenação tecidular em diversas condições clínicas. O conhecimento adequado sobre esta terapia é crucial para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.


Importância do Conhecimento em Oxigenioterapia


Um estudo recente avaliou o conhecimento sobre oxigenoterapia em estudantes finalistas de enfermagem. Os resultados mostraram que, numa escala de 0 a 10, a pontuação média foi de 6,73, indicando um conhecimento moderado. As áreas com menores pontuações incluíram a redução da dosagem e interrupção da oxigenoterapia (3,79) e o conhecimento sobre dispositivos de administração de oxigénio (5,34). Estas lacunas podem comprometer a eficácia do tratamento e a segurança do utente. (Revistas RCAAP)


Dispositivos de Administração de Oxigénio


A seleção adequada do dispositivo de administração é fundamental para alcançar a concentração de oxigénio desejada. Entre os dispositivos comuns estão:


  • Cânula Nasal: Fornece baixos fluxos de oxigénio e é utilizada em utentes com necessidades mínimas.

  • Máscara Simples: Oferece concentrações moderadas de oxigénio e é indicada para hipoxemias leves a moderadas.

  • Máscara de Venturi: Permite a administração de concentrações precisas de oxigénio, sendo útil em utentes com doença pulmonar obstrutiva crónica.

  • Máscara com Reservatório: Utilizada em situações de hipoxemia grave, fornece altas concentrações de oxigénio.


Monitorização e Avaliação da Eficácia


A monitorização contínua é essencial para avaliar a eficácia da oxigenoterapia e prevenir complicações. Parâmetros como a saturação de oxigénio (SpO₂), sinais de hipoxemia e a resposta clínica do utente devem ser avaliados regularmente. O estudo mencionado anteriormente revelou que os estudantes apresentaram pontuações médias de 8,88 na identificação de sinais de hipoxemia e 8,38 na avaliação da eficácia da oxigenoterapia, indicando uma boa compreensão nestas áreas. (Revistas RCAAP)


Complicações Potenciais


Embora seja uma terapia comum, a oxigenoterapia não é isenta de riscos. Complicações potenciais incluem:


  • Toxicidade por Oxigénio: A administração prolongada de altas concentrações pode levar a danos pulmonares.


  • Depressão Respiratória: Em utentes com retenção de CO₂, o uso inadequado de oxigénio pode suprimir o estímulo respiratório.


  • Atelectasia de Absorção: A atelectasia de absorção ocorre quando os alvéolos pulmonares colapsam devido à absorção completa dos gases presentes no seu interior. Este fenómeno pode ser desencadeado pela administração de altas concentrações de oxigéniodurante períodos prolongados.

    • Mecanismo da Atelectasia de Absorção

      • Normalmente, os alvéolos mantêm-se abertos devido à presença de uma mistura de gases, incluindo oxigénio, nitrogénio e dióxido de carbono.

      • O nitrogénio desempenha um papel essencial na manutenção do volume alveolar, pois não é facilmente absorvido pelo sangue e ajuda a manter a estrutura dos alvéolos.

      • Quando administramos oxigénio a 100% ou em altas concentrações, o nitrogénio é progressivamente substituído.

      • Como o oxigénio é rapidamente absorvido pelo sangue, pode ocorrer um colapso do alvéolo, resultando em atelectasia.

    • Fatores de Risco

      • Uso prolongado de altas frações inspiradas de oxigénio (FiO₂ > 60%).

      • Ventilação mecânica com baixa pressão expiratória positiva (PEEP).

      • Anestesia geral e imobilização prolongada.

      • Utentes com doença pulmonar prévia.

    • Prevenção e Gestão

      • Utilizar a menor concentração eficaz de oxigénio para evitar a remoção completa do nitrogénio.

      • Incentivar a respiração profunda e a tosse para expandir os pulmões.

      • Aplicação de pressão expiratória positiva (PEEP) em doentes ventilados para manter os alvéolos abertos.

      • Uso de oxigenoterapia intermitente em vez de contínua sempre que possível.



Conclusão


A oxigenoterapia é uma intervenção vital na prática de enfermagem que requer conhecimento aprofundado para ser administrada de forma eficaz e segura. É imperativo que os profissionais de enfermagem recebam formação contínua e atualizada sobre os diferentes dispositivos de administração, monitorização adequada e gestão de possíveis complicações associadas à oxigenoterapia.

Ao aprimorar o conhecimento e as competências nesta área, os enfermeiros podem assegurar uma prática baseada na evidência, promovendo a segurança e a qualidade dos cuidados prestados aos utentes.




Referência do estudo mencionado no post:

Hoang, T. T. M., Vu, L. T., Mai, A. T. L., & Trong, Q. D. (2024). Conhecimento sobre oxigenoterapia em estudantes de enfermagem do último ano. Revista de Enfermagem Referência, Série VI, Edição N.º 3.

 
 
 

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